Decisão
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves
Fechou a porta da casa
como quem fecha a porta do mundo
machucou sonhos, perdeu asas
atrapalhou-se na vida
de tão longas que são as estradas.
Num segundo
compadeceu-se da própria dor,
não era a mesma pessoa,
ressentida,
não tinha mais aquela busca segura,
faltava até o ardor que dá o alento
a quem procura
uma amor feito em ternura.
O desespero correu nos seus olhos
é tão frio a lagrima rolando no rosto,
vira queimadura que arde n'alma,
e corre em forma de desgosto.
Pensou na vida com pânico
que assusta de súbito e traz temor.
Não tinha mais nenhuma ilusão.
Estava tudo perdido.
A sogra incomodava gritando na varanda,
não tinha homem, nem tinha marido...
aquilo que tinha não era nada não...
os filhos, criados, já estavam no mundo...
Sorriu no próprio desalento
de um recomeço tão amargo.
Não há quem não tenha sentimento.
O homem furungava no pátio dos fundos
tentava da vida se esconder,
a sogra, ligou bem alto a TV
procurando a todos endoidecer.
Não era crível tanta loucura,
irracional aquela disputa.
No quarto uma alma a estremecer.
Ninguém percebeu quando o portão do mundo se abriu;
" Com licença, eu vou a luta,
mereço mudar o meu viver!"
Fechou o portão...e saiu...
segunda-feira, 17 de março de 2014
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