A minha descendência
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Modesto e despretensioso
Nada trago comigo em avareza,
Respeito a todos, sou amigo caloroso,
A pacificidade é a minha certeza,
Mas a passividade não me é por natureza.
Sou resíduo de idílio em mente emigrante,
Que em sonho devaneio a terra deixou,
Nada mais lhe seria como antes,
Dos Açores o jovem sonhador
se mando,
Buscando guarida em terras verdejantes.
Trago ainda um lastro de sangue africano,
E a índole festiva de homem um trabalhador,
Que, em tempos descomedidos, enfrentou desenganos,
Regando a terra com o seu farto suor,
Sem apequenar-se diante de qualquer sicrano.
Beira em mim resquício de um aragano,
Que chegou pela fronteira com uma lança na mão,
Era grosso, mas bueno, com chapéu chicano,
C’as mãos grossas e um jeito de irmão,
A terra amou e se firmou em comunhão.
.
Uma índia saída da taba lhe era companheira,
Trabalhadora como muita esperança no futuro,
Lavrava feliz e da terra ela conhecia toda beira,
Tinha consigo um belo coração puro,
Apaziguou o seu homem por ser frágil e guerreira.
Eu sou amostra de um povo vencedor
Da Avó Maria Fausta a descendência dos açorianos,
Do Avô Marcelino, eu tenho o nobre sangue africano,
O Avô Luís era um guerreiro com a lança na mão e lutador
E a Avó Vicentina era uma índia da taba de muito valor.
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