domingo, 7 de setembro de 2025

A minha descendência

A minha descendência

Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento

 

Modesto e despretensioso

Nada trago comigo em avareza,

Respeito a todos, sou amigo caloroso,

A pacificidade é a minha certeza,

Mas a passividade não me é por natureza.

 

Sou resíduo de idílio em mente emigrante,

Que em sonho devaneio a terra deixou,

Nada mais lhe seria como antes,

Dos Açores  o jovem sonhador se mando,

Buscando guarida em terras verdejantes.

 

Trago ainda um lastro de sangue africano,

E a índole festiva de homem um trabalhador,

Que, em tempos descomedidos, enfrentou desenganos,

Regando a terra com o seu farto suor,

Sem apequenar-se diante de qualquer sicrano.

 

Beira em mim resquício de um aragano,

Que chegou pela fronteira com uma lança na mão,

Era grosso, mas bueno, com chapéu chicano,

C’as mãos grossas e um jeito de irmão,

A terra amou e se firmou em comunhão.

.

Uma índia saída da taba lhe era companheira,

Trabalhadora como muita esperança no futuro,

Lavrava feliz e da terra ela conhecia toda beira,

Tinha consigo um belo coração puro,

Apaziguou o seu homem por ser frágil e guerreira.

 

Eu sou amostra de um povo vencedor

Da Avó Maria Fausta a descendência dos açorianos,

Do Avô Marcelino, eu tenho o nobre sangue africano,

O Avô Luís era um guerreiro com a lança na mão e lutador

E a Avó Vicentina era uma índia da taba de muito valor.


 

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