Confissão
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o
Poeta Sem Talento
Eu estava na varanda de casa,
Lá fora os infortúnios e as vicissitudes,
Tarde quente sol que abrasa,
Em um branco de plástico um livro descansava,
Já fora útil em doce leitura,
Assim com objeto de sonhos, na plenitude,
Comprado a preço barato, mas ainda brilhava,
O talento do autor e a sua capacidade.
Acompanhava, no lazer daquele momento,
Uma sobremesa esperta para aliviar,
Manjares dos deuses, mousse e pudim,
Como é agradável a apetência chantilly,
De repente, surgindo do nada,
Um mendigo maltrapilho esfomeado,
Dependurado no cercado pedia pra mim,
Algo
para aliviar, pois estava aperreado.
Sem dó e sem coração,
Olhei pra ele e disse que nada tinha,
Mentira minha,
Menti frio e desumanizado para o irmão,
Que, humildemente, seguiu o seu trajeto à
frente.
Meu Deus, onde fomos parar?
Ver um irmão faminto e, podendo, não aliviar?
*Poeta
Sem Talento
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