Paradoxo de Quem Ama e Vê o Fim
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o
Poeta Sem Talento
Os deuses, na sua sabedoria,
te fizeram mulher e diva, Déia Serena,
e tinhas o brilho em virtuosa alegoria,
cabelos doiros em claro teorema,
pulsavas o bem em tênue harmonia,
um olhar singelo, claro e tão sincero,
a voz sonora em suave ritmo e melodia,
delgado era o teu corpo sedutor,
teu coração pulsava só o amor,
tua alma era tranquila, doce e sadia.
-
E assim, Serena diva em flor,
percorreste todos os caminhos do mundo,
lecionando a amizade, o afeto e a benevolência,
tanto cuidado, em sentimentos profundos,
te fez de todos diferente na essência.
-
Viraste a terra em mil passagens,
pintou só o que há de mais bonito,
mais belo do que os lírios e as flores,
muito mais ainda do que seriam mil amores;
tudo em beldade sem maldade,
brindando a vida, em brancas nuvens,
ternura branda sem nenhum dilema,
fácil e sincera, em hora ou acaso fortuito.
-
Assim como eras tu partistes
em braços alados de um querubim.
-
Os minutos viraram horas e dias,
o poeta ficou gélido e triste,
o que era não era mais, pois não mais existe.
-
Paradoxo de quem ama e vê o fim.
-
Serena que pena que a vida é assim.
-
Tu, diva e encanto, embalará sempre meu
canto,
e o poeta parvo, vassalo perdido e cigano,
recita agora lamentos em elegia,
para todo o sempre...até os confins,
minerando, quem sabe,
a paz
dos bárbaros e romanos
com versos amargos em tua idolatria.
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