No meu primeiro verso
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o
Poeta Sem Talento
No meu primeiro verso,
ao que me lembre,
eu falei no ocaso da vida,
das flores,
e, talvez,
de outro universo.
.
Nem pensei
nos adversos que encontraria;
mediram a minha arte
zombaram da poesia,
fuxicaram a minha vida,
impuseram censuras desmedidas,
atiraram de bacamarte
distorceram as minhas palavras
e contaram a suas mentiras,
desejavam
quebrar a lira,
invadir o meu território
e fincar um outro baluarte.
.
No meu primeiro verso
eu não falei d’amor;
contraditório,
pois, perverso,
falei de uma flor
rósea e sem dor,
mas não era amor,
nem ilusão,
não era sedução;
era só a flor
da inocência presente
em outro poente.
.
Eu não tinha o desembaraço,
eu tinha sonhos,
e tinha abraços,
abraços inocentes.
.
Depois o verso se perdeu na distância,
e eu, perdido em inconstâncias,
dilacerei os meus versos
plantando flores
pincelando amores
sofrendo em dores
e tomando licores.
.
A vida tinha mil cores,
e eu tinha mil amores.
.
Mas foi o primeiro poema
a seta
que derrubou mil dilemas;
hoje eu sou poeta.
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