domingo, 9 de abril de 2023

No meu primeiro verso

               No meu primeiro verso

Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento

No meu primeiro verso,

ao que me lembre,

eu falei no ocaso da vida,

das flores,

e, talvez,

de outro universo.

.

Nem pensei

nos adversos que encontraria;

mediram a minha arte

zombaram da poesia,

fuxicaram a minha vida,

impuseram censuras desmedidas,

atiraram de bacamarte

distorceram as minhas palavras

e contaram a suas mentiras,

 desejavam quebrar a lira,

invadir o meu território

e fincar um outro baluarte.

.

No meu primeiro verso

eu não falei d’amor;

contraditório,

pois, perverso,

falei de uma flor

rósea e sem dor,

mas não era amor,

nem ilusão,

não era sedução;

era só a flor

da inocência presente

em outro poente.

.

Eu não tinha o desembaraço,

eu tinha sonhos,

e tinha abraços,

abraços inocentes.

.

Depois o verso se perdeu na distância,

e eu, perdido em inconstâncias,

dilacerei os meus versos

plantando flores

pincelando amores

sofrendo em dores

e tomando licores.

.

A vida tinha mil cores,

e eu tinha mil amores.

.

Mas foi o primeiro poema

a seta

que derrubou mil dilemas;

hoje eu sou poeta.

 

  


 

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