“Neste enleio
Meu sangue em cada gota é convulsado
De amor, na antiga flama, eu me enleio.”
(Divina Comédia – Dante Alighieri – Canto XXX
versos 16)
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Beatriz aparece a Dante, rodeada de anjos.
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o
Poeta Sem Talento
Eras tu, Beatriz, a diva adorada,
em flores ornadas
que partiu para a eternidade
na mais tênue idade.
.
E o poeta te amou,
como um poeta ama a sua flor,
sem malicia
e em ares de uma poesia.
.
E dez anos de separação
a morte levou aos céus a diva
e o poeta à deriva,
e o poeta na sua ilusão.
.
Eis, agora,
depois de uma longa jornada,
chegou a hora,
do poeta encontrar a sua amada.
.
A musa dos céus advinda
para com sabedoria orientar,
os caminhos da vida,
a dádiva d’alma que sabe amar.
.
Diva vestida nas cores da virtude
c’as as flores do paraíso,
a seu olhar não ilude
e, ainda, um suave sorriso.
.
A fé ela trazia na sua candidez
uma vida em nova bonança,
o sonho de um coração criança,
em gestos amáveis em polidez.
.
No manto verde a Esperança
de quem tem Deus no coração;
é preciso ser forte e ter perseverança,
acreditar que amar não é ilusão.
.
O vermelho da túnica é a caridade,
os mártires doaram o próprio sangue
em defesa da humanidade.
Isto é certo! Que se propague.
.
E, Beatriz coroada em oliveira,
era a diva/musa celestial,
do poeta a razão primeira
da longa jornada inquisitorial.
.
Tens, ó Dante, Poeta Supremo,
os mistérios sob a tua guarda augusta,
majestoso, foste ao extremo
na procurada da verdade mais justa.
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