Um Soneto Sem Liga
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o
Poeta Sem Talento
Passei a vida, sem saber que a vida mascara
a vida passa, (ingrata), nem me viu,
sentado da beira da estrada, pé da cara,
no bolso uma prata, a ficha caiu...
Pasta preta aresta de fio que não amarra,
sem força, escaldado “n’água bem não viu”,
abençoado por alma penosa, não clara,
tomado por sortilégio tosco e vil.
Miro ao longe paisagem triste e torta,
na língua o gosto amargo e difame, maldiga,
n’alma o roto de quem nem se importa.
Vago, mudo, sem alma, perdido em intrigas;
nada mais importa, a personagem é morta,
no último verso de um soneto sem liga.
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