Olhos Tristes
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o
Poeta Sem Talento
Tens os olhos azuis, tão tristes,
daqueles olhos de pesares em adeuses,
retalhos sumidos d’vida saudosos,
deixados ao largo no ermo da estrada.
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Tens os olhos azuis, tão tristes,
poeira marcadas em oferta aos deuses,
obesos e roliços que, saciados, tudo
assistem.
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Tens os olhos azuis, tão tristes,
são dores em fados, provincianos que consistem,
em deixar-te assim angustiada e pesarosa
plena em lenta e vil agonia, senhora.
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Tens os olhos azuis, tão tristes,
e o teu ser é lentamente esmigalhado, no peito.
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Tens os olhos azuis, tão tristes,
e, mesmo quando sorri, tu enganas,
procuras a todos dar um despiste.
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Teus olhos azuis são tão tristes,
e aparam todas as tristezas do mundo.
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Os teus olhos azuis são tão tristes,
que afligem o âmago na sua essência.
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Pudera, senhora, dar-te uma rosa,
e amainar os teus desalentos,
esfriando a dor que persiste
em deixar os teus olhos tristes.
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Tens os olhos azuis tão tristes...
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