Teus Versos, Serena
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o
Poeta Sem Talento
Em horas de desalento,
noite fria e imagem vazia,
o coração tropeça n’alma.
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O demo ri solto e atento
do ocaso que não acalma.
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Poeta mosco, tosco e sem talento,
iludido, em si, por suave poesia,
tento o rabisco e a mão não exprime.
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Oh dor que naquela hora se sente.
-
No fundo, triste, peito comprime.
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Metro de timbre fraco e acento,
calibrado
em débil sintonia,
emaranhando o ser que se deprime.
-
Haveria de se ter sempre na palma
da mão um ode ou poema
doce, tênue e sublime?
-
Nas horas vagas e sem fim,
com um cigarro acesso
e o peito oprimido e tenso,
busco um brando e leve querubim.
-
Anjo Celestial de Luz, Serena tão bela,
formosa flor, suave candura singela.
-
Absorto em meu âmago envanecido,
balizo coração tenaz e eficiente,
estimulado, sob o luar da janela,
elevo minh’alma em fina harmonia.
-
Procuro, quem sabe onde escondido,
o toque doce da flor em uma poesia.
-
Aos poucos a luz acende e chega na pena,
candelabro no alto, luar rosa flor, açucena.
-
Liberto
da negra noite escura.
-
Encantado escrevo a ti, Serena.
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