Angustia
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Tentei desamarrar as minhas desconfianças,
joga-la pra cima sem temor de tremer o mundo,
voltaria, em mim, a alma tranquila criança,
comporia uma nova utopia, doce bombom
desenhado em papel crepom, moldura dourada,
fina arte idealizada em ciência do bem,
esperança.
Seria um lindo quadro vistoso, prazeroso de se
ver.
De repente um abalo forte e inesperado,
pesaroso clarão;
foi embora a alva e doce fantasia, restou o
cinza e marrom
cintilante sombro, estampando a dor em aspecto
tão bruto.
Perdi meu dia, e curti de novo a descrença em
quase tudo,
meu mundo caia em cima de mim.
Tempos tão críticos, crise, família, guerras sem
fim,
um homem caindo com dor, fluido essência
carmim,
uma mulher pedindo dinheiro, sem alvor e nem
cheiro,
a criança caminhando na rua, sem fado e sem
candura.
Ah, Meu Deus, esta vida é tão dura, dura de
verdade
me sobra a vontade, mas de mão amarrada
perco o tino, e vivo a angustia desta triste
realidade.
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