quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Bala perdida

Bala perdida
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Qual importância se Maria ou Matilde?
Ali, pobre e humilde,
joelhos dobrados em abalo, não previsto,
a mãe chorava ao filho querido.
Criança, ainda, caída na avenida
entregue a Deus, sem vida,
inocente, vitima de bala perdida.
A dor da mãe de Cristo
não a consolava.
Haja coração pra tudo suportar,
tantas são as dores do mundo.
N’alma estremecimento
pesar pela sorte maldita,
lembrava do último e terno regalo,
doce e enternecido afago.
Profano, quis o destino amargo,
trepidar e zombar da condição
de ser malévola e sem compaixão.
Seria um bolachinha no bar da esquina,
ou um caminhada na pracinha,
o que importa
se a vida é linha torta?
Sem voz, ajoelhada, não ligava a multidão,
pobre, a mulher, tremia
mãe, chorosa, tão triste, sofria,
tão triste em sua solidão.


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