Bala
perdida
Autor:
Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Qual
importância se Maria ou Matilde?
Ali,
pobre e humilde,
joelhos
dobrados em abalo, não previsto,
a mãe
chorava ao filho querido.
Criança,
ainda, caída na avenida
entregue
a Deus, sem vida,
inocente,
vitima de bala perdida.
A dor
da mãe de Cristo
não a
consolava.
Haja
coração pra tudo suportar,
tantas são
as dores do mundo.
N’alma
estremecimento
pesar pela
sorte maldita,
lembrava
do último e terno regalo,
doce e
enternecido afago.
Profano,
quis o destino amargo,
trepidar
e zombar da condição
de ser malévola
e sem compaixão.
Seria
um bolachinha no bar da esquina,
ou um
caminhada na pracinha,
o que importa
se a
vida é linha torta?
Sem
voz, ajoelhada, não ligava a multidão,
pobre,
a mulher, tremia
mãe,
chorosa, tão triste, sofria,
tão triste em sua solidão.
tão triste em sua solidão.
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