Soneto
As duas
faces da moeda que o tempo imprime
Autor: Luiz
Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Hás de
saber, prenda que eu guardo no coração,
Que a
saudade é sentimento em doce melancolia,
Às vezes
tange forte, flecha com afinado arpão,
Ponteaguda,
flagela em densa dor e terrível agonia.
.
Perdido no
âmago em tristeza e tão forte aflição,
Esquecemos
da realidade e abortamos a fantasia,
Parece que a
vida perdeu o que chamos “paixão”
Pois, cabisbaixo,
desaparecemos sem a poesia.
.
Mas, seleta
em mil, com o coração em ternura,
A saudade é
também um sentimento sublime,
Ela mostra o
amor que nem o tempo mesura.
.
Aquele mais
belo sentir que nada afasta ou suprime,
Denaneios
n’alma solita, mas ainda em meiga candura.
Duas faces
da moeda que só o tempo imprime.
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