Minha Biografia
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Eu compreendo que existem fatos consumados
e que um dia estará tudo concluído,
nada mais restará, hoje será tempos idos,
neste momento, quiçá mais perto que antes,
este velho e cansado ximango aguerrido,
estará inerte e com os seus dias somados.
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Haverá parca lembrança em outras mentes,
somente este vivente saberá os acontecidos.
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Cada um tem o direito de formar julgamento,
e julgar se julga com diversos sentimentos;
aos que fui bom e prestativo um alento,
aos neutros um olhar bizarro e ausente,
aos adversos somente o meu "não lamento".
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Eu nasci e cresci rebento na Vila Conceição,
sou neto de uma miscigenação profunda,
despois arribei muamba para o Paredão,
foi lá que amadureci criança esperta,
subindo um morro, desbravando o mato,
jogando bola e atirando de funda.
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Os guri da vila são valentes e bagaceiros,
isto nos idos que eu subia o Morro da Policia,
não tem como negar este momento arteiro.
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O campinho ficava ao lado de um Paredão,
foi tudo perdido no tempo, e, desilusão,
o terreno virou lugar de um presídio.
Será que podemos dizer: infanticídio?
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Depois gaudério amalucado e ativo,
tomando um samba ou um aperitivo
escutava o Seixas ou tocava um violão.
Tudo é válido quando se faz de coração.
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O gibi era sempre uma boa leitura,
correr atrás das gurias uma aventura,
ser amigo e companheiro só com lisura,
a gente dividia um "pichuá" e um gole de pura.
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Vou parar por aqui enquanto tem tempo,
não quero mais traços e nem arremedos,
eu estarei ausente,
então julgue quem estiver presente.
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