És a predileta
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Na proporção que a vida me agraciar,
À medida que eu tenha sã consciência,
Enquanto houver uma veia ainda à pulsar
E o âmago ainda adestrar a minha essência,
É inconteste, eu não deixarei de te amar.
.
Amor lúcido, profano, doído e voraz,
Lúcido, pois amor cônscio e consciente,
Profano, visto ser herege, terreno e salaz,
Doído, posto carrega as dores do mundo,
Voraz, que desafia a ciência e tira a paz.
.
E haja coração para amor profundo,
Visto que não há no universo coisa igual
A este sentimento expansível e difundo,
Que finca n'alma tal fino punhal
Dilacerando em golpe pontiagudo.
.
Se pensas que não sofre o pobre poeta,
Acredita que os versos não são verdade?
Por favor, tenha dó e caridade
O parvo sofre com a letra que no ode projeta,
Visto que, sem dúvidas, és a predileta.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário