Candelabro de bronze
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves
Candelabro de bronze num canto abandonado,
um quarto escuro é hoje a tua moradia,
talvez iluminaste á alma, que em toscas luzes,
descrevia sussurros sonoros e fantasias,
enlaces de anseios e receios, sem harmonia,
vindos da sua mente cativa e serena.
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Na certa o poeta escrevia
canções de guerra ou poemas d’amor.
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Candelabro amigo,
desprezaram teu idílio de vida,
se é que, castiçal, tens uma alma imortal
ou és só lustre moncoso e rude,
feito em vil metal mal polido.
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Não faz mal, ninguém nega a real,
foste motivo de um poema escrito
em transe aflitivo por alma de poeta perdido.
-
Objeto, hoje obsoleto,
tinhas a claridade no brilho de um belo soneto.
-
Perdeste o brilho-bronze, virtude celestial,
passou...
onde passam, na certa passam onze,
perdendo a majestade ornamental,
virou só desprezível antiguidade de bronze.
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