domingo, 16 de março de 2025

Um pouco de que sou ou fui um dia

Um pouco do que sou ou fui um dia
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Vivente puxa um banco e escute a minha prosa,
não sou gaúcho verde e nem tão pouco letrado,
me a avexo querer-me comparar a uma rosa, 
posto que rude, sou dado a cultuar a verdade.
.
Eu nasci lá nas banda da Conceição,
piazito ainda, com a família mudei de residência;
calma, gaudério atravessado, eu não sai da querência,
me fui largado lá pras banda do paredão.
.
Me criei solto a lá cria livre e danada,
jogando bola no campinho e desbranvando o Morro da Polícia,
mui largo e tenebroso o Morro da Embratel,
piazito livre e arteiro com as roupas molhada
em banhos na sanga, mas pertinho do céu,
eu deixava no canto um bloco de poesia.
.
Valente ainda hoje, do perigo eu não corro,
mas não me aparelho pra briga, sou homem de paz,
não sou galo de rinha e nem sou frango
não procuro o alarido em surto de animal,
o bicho homem é matreiro e ataca por traz,
melhor ter um amigo do lado no fandango,
do que viver atracado se dizendo bagual.
.
Na vida eu tive um cusco amigo e companheiro,
o Lupy era a minha cara em doce amizade,
andejeava comigo pra todo o lado que eu ia,
robusto e sádio, respirava a liberdade.
Um dia ele partiu para a Querência Celestial
e, aquele cão amigo, levou um pouco de mim.
.
Voltando ao tempos passado lá nos idos,
quando menino e solto das patas, giro e solito,
conheci amores e dissabores muitos sortidos.
.
Coração arfado e balanceado, jamais perdi o ritmo,
fui um gaudério metido a besta e galanteador,
versava a vida ao som da minha poesia,
naquela tempo o bloco não vivia de algoritmo,
mesmo assim me avexei e criei umas cobras venenosas,
alguns que liam a poesia e logo viam a censurar,
mas, "oigalê", elas urravam a toa barbaridade,
no versar eu sempre fui pleno na liberdade.
.
No dito eu falei mais um poquito,
falei nesta tosca e tão rude poesia
para poder deixar nestes meus escritos
um pouco daquilo que sou ou eu fui um dia.


 

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