terça-feira, 18 de março de 2025

O tempo perdido (Poema à moda campeira)

O tempo perdido
(Poema à moda campeira)
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Eis que um dia,
andejante em estradas diversas que sou,
me deparei com o tempo disperso 
e ele matutava açorado e imerso,
com um tanto assim que não cabia
neste verso que a vida tatou.

Absorto e perdido, bagualito em abandono,
não sentia o vagar da doce brisa,
parecia, o tempo, em cinza de outono,
c'as folhas caindo e as pétalas perdidas
e o vento rajava em triste guisa,
a modo de sentir-se fraco e vazio,
descambado num rio.

Em volta o quadro borralho mudado,
sem o verdor da mata nativa,
sem o frescor da vertente cristalina,
que um dia lhe amanou o seu fado,
as cores não mais pareciam vivas,
estavam borrados no quadro que não afina.

E eu olhei o tempo se entregando perdido,
solito na beira daquele abismo de marasmo,
me doeu profundo n'alma compassiva,
ao ver aquele que um dia, moleque aguerrido,
ufava os peitos cheio de entusiasmo.

O quadro era tão tão cinza e divergente,
que eu nem me apressei em tentar entender,
o tempo perdido faz um mal pra gente.

Então, eu sai de fininho  e fui o mundo correr.


 

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