Pajada da Querência
Não vou deixar morrer o amor pela Querência,
grandioso é este sol no azul que me abriga,
e aquece o pampa, belo na própria existência,
extenso e mui largo este pampa querido
e que é a razão desta pajada, cantada à antiga.
Chimango da pilcha pobre e lenço colorido,
liberal, gaudério e com amigos maragatos,
lembro do meu velho e de uma dita amiga,
"seja amigo verdadeiro, fiel e agradecido,
olhe nos olhos e nunca seja mau ou ingrato."
"Não provoque banzé e não corra sem ver do quê,
da prenda um cafuné, mas o respeito lhe é por direito."
Na brasa um pedaço de costela gorda é prato sem defeito,
em volta uma prosa amiga com muitos casos verdadeiros,
a gaúchada reunida é coisa linda de ser ver,
cada um fala do seu jeito e cada traço maneiros,
mas ninguém é complicado, gente buena de se entender
é este o amor que eu tenho por esta querência,
e nesta pajada, canto antigo, eu libero a minha essência.
.
OBS:
Pajada é uma forma de poesia improvisada, cantada em versos, que é comum no Rio Grande do Sul, Argentina, Uruguai e Chile.
A pajada é composta por estrofes de 10 versos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário