O meu real
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o
Poeta Sem talento
Irrita-me esta cobrança da perfeição,
ninguém o é...
somos todos limitados em cifra e refrão,
bico de papagaio em alma banzé.
.
Piegas esta história de buscar o sentido
social e humano,
digito simples na busca de um acalento,
tinjo o poema sagrado com um verso profano
e nunca neguei que eu sou um poeta sem talento.
.
O tal
de formoso redigir eu não domino,
serei
sempre simples e compacto,
buscando
a orientação na luz do Divino,
escrevendo
rude e singelo, conforme o nosso pacto.
.
Talvez
no longínquo alguém se apiede do meu verso
e faça
uma oratória em pró da minha memória,
uma vez
que mesmo distante, em outro universo,
aqui,
na terra, emoldurado, eu deixarei a minha história.
.
Nas
entrelinhas eu descrevi uma diva afortunada,
no corrimão
da estrada eu segurei firme o meu escasso,
versei
mil versos amargurados e soltos em noite calada,
distribui
poemas, sonatas, acrósticos e mil abraços.
.
Fiz
a minha arte gratuita sem efeito artificial,
e se
alguém deu de ombros e nem ligou,
pra mim
tanto faz como tanto fez, é normal,
não me importa o que pensa o outro enquanto o meu universo for “o meu real”.
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