Ainda bem que sou humano
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o
Poeta Sem Talento
Ah, estes dias cinzentos de outubro
melancólico
Uma obsessão cromática invade a alma
E Tira aquela vontade de ganhar o mundo,
Taciturno o espírito tenso não se acalma.
.
Eu sigo a via, perdido no tempo passado,
Molestado das pernas e, em cada passo,
Vou comprimindo, triste e acuado,
C’as dores e marcas que me deixam em pedaços.
.
Eu carrego comigo as dores das ausências,
Suspiros por palavras oprimidas e não ditas,
O peso do carecimento das condolências,
Que aliviaram em muito a dor da hora maldita.
.
Tenho comigo uma essência que chora as dores,
Substância real, sobrenatural e surreal
Que, ás vezes, sufoca a alma nos dissabores,
Mostrando a minha pequenez de singelo mortal.
.
Eu não consigo ligar o automático indolor,
Parece que peso a dor dos meus pesares,
Parece que divago no extrato da dor
Barata tonta, perdido em escuros solares.
.
Gostaria de ser frio, sem alma ou absoluto
Para não sentir o sopro do tempo profano,
Gostaria de negar-me a sentir a dor e o luto,
Mas logo caio em mim; ainda bem que sou humano.
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