terça-feira, 2 de maio de 2023

Ainda bem que sou humano

               Ainda bem que sou humano

Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento

Ah, estes dias cinzentos de outubro melancólico

Uma obsessão cromática invade a alma

E Tira aquela vontade de ganhar o mundo,

Taciturno o espírito tenso não se acalma.

.

Eu sigo a via, perdido no tempo passado,

Molestado das pernas e, em cada passo,

Vou comprimindo, triste e acuado,

C’as dores e marcas que me deixam em pedaços.

.

Eu carrego comigo as dores das ausências,

Suspiros por palavras oprimidas e não ditas,

O peso do carecimento das condolências,

Que aliviaram em muito a dor da hora maldita.

.

Tenho comigo uma essência que chora as dores,

Substância real, sobrenatural e surreal

Que, ás vezes, sufoca a alma nos dissabores,

Mostrando a minha pequenez de singelo mortal.

.

Eu não consigo ligar o automático indolor,

Parece que peso a dor dos meus pesares,

Parece que divago no extrato da dor

Barata tonta, perdido em escuros solares.

.

Gostaria de ser frio, sem alma ou absoluto

Para não sentir o sopro do tempo profano,

Gostaria de negar-me a sentir a dor e o luto,

Mas logo caio em mim; ainda bem que sou humano.


 

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