Três Eras
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o
Poeta Sem Talento
De repente
aquela vontade tão grande de voltar
a ser o que era antes de ser o que agora sou;
um homem velho e vesgo, triste, taciturno
sombrio, amargo, vil e prepotente.
-
Pesado em dias e noites amarguradas
onde busquei a justiça em vida atrofiada,
e encontrei tragédias, ódio e desconfiança.
-
Cabale-ei sólito fardado nesta estrada,
esquecido do meu tempo de criança,
buscando o amanhecer em novo dia,
e o meu novo dia não tinha a poesia.
-
Aposentei
coloquei a farda no armário da existência,
as divisas e medalha no museu da parede.
-
Fiz quadro fixo e adornado,
mosaico quadrado do que fui
antes de ser o que agora sou.
-
Hoje
dolente e sem esperança,
outro em longo tempo de espera,
não voltei ser o que fui
antes de ser o que agora sou.
-
Fui um moço alegre e cantador
calça boca de sino sem frescura,
cabelos longos e cacheados,
alma grandiosa e segura,
um hiper de beira d’estrada,
que fumava e cantava o amor.
-
Hoje alma pesada e cansada
tinjo no bloco palavras em dor
...desoladas.
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