terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

O amor que não tive

O amor que não tive
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Dói-me no peito,  palpar agudo, intermitente e dolorido,
um toque de mágoa que tange e entristece a alma,
talvez efeito mágoa de contato espiritual que não tive,
ou, quiçá, fantasia de ilusão que no ser ainda vive.
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Não há razão ou explicação; é chispa que não extingue.
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É manhã d’abril ou maio, com sol apagado e fosco,
ternura enclausurada e embaçada, porém calma,
assim como a correte de córrego manso e poluído,
não por peixes ou algas, pois estes nada sujam.
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E halo caro e certo, um amor que n’ama, obscuro, surge,
e este sentimento não mancha ou envenena o homem,
pois é puro cantar, calmo, sereno, em luz e bondoso,
que assim mesmo, taciturno, apagado e dirimido,
n’alma fica aquela fagulha que, se, não virá a ser chama
guardará um pouco do tênue sagrado, mas enternecido.
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No entanto, se não tive o amor dirigido,
Apagado e extinto, porque n’alma este ar combalido?
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Talvez seja só lampejo d’amor em outra dimensão
que arde em arte, e faz parte de mim, subjacente.
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Andar incerto e tosco,  fazendo-me ver transcendente;
“existe, sim, realmente, um outro amor além,
é o amor que não tive,
mas dentro de mim amor ainda vive”.
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