O amor que não tive
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o
Poeta Sem Talento
Dói-me no peito, palpar agudo, intermitente e dolorido,
um toque de mágoa que tange e entristece a
alma,
talvez efeito mágoa de contato espiritual que
não tive,
ou, quiçá, fantasia de ilusão que no ser
ainda vive.
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Não há razão ou explicação; é chispa que não
extingue.
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É manhã d’abril ou maio, com sol apagado e
fosco,
ternura enclausurada e embaçada, porém calma,
assim como a correte de córrego manso e
poluído,
não por peixes ou algas, pois estes nada
sujam.
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E halo caro e certo, um amor que n’ama,
obscuro, surge,
e este sentimento não mancha ou envenena o
homem,
pois é puro cantar, calmo, sereno, em luz e
bondoso,
que assim mesmo, taciturno, apagado e
dirimido,
n’alma fica aquela fagulha que, se, não virá
a ser chama
guardará um pouco do tênue sagrado, mas enternecido.
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No entanto, se não tive o amor dirigido,
Apagado e extinto, porque n’alma este ar
combalido?
-
Talvez seja só lampejo d’amor em outra dimensão
que arde em arte, e faz parte de mim, subjacente.
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Andar incerto e tosco, fazendo-me ver transcendente;
“existe, sim, realmente, um outro amor além,
é o amor que não tive,
mas dentro de mim amor ainda vive”.
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