Insegurança
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Criaria um poema diferente,
vazio, mas com as todas as dores da vida.
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Mundo descomunal, rodeado de tanto mal,
pestilento, com maníacos, cheiros e odores,
onde as flores não rimam com os meus amores,
e, compassivo, vejo tanta gente carente e sofrida.
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O mundo, o do meu poema, seria feito em mil
dores.
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Pobre do meu poema, triste e transcedente,
não acariciaria a dor de toda esta gente.
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Seres discretos, simples, insipientes e
ignorados.
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Dormindo, sem acalento, com janelas gradeadas.
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(Minha rima, sem nexo, está tisnando o
inverso?)
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Não tenho a pretensão de salvar nem o meu
verso,
como poderia livrar a torpeza da dor sem
esperança?
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Por isto atravesso em cada verso; medo perverso.
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Sem a confiança na salvação das estrelas,
objeto ou adjeto, um poema que não faço...
por segurança.
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