O "Simples", como a vida
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Pensamentos simples e singelos,
a menina da janela olhava o mundo.
O seu mundo era tão inocente,
não cabia no seu mundo o mundo de tanta gente.
No horizonte o telhado
dos seus sonho,
grandioso prédio, na
certa era um castelo,
e pensava a menina que
tal seria o seu zelo
com o lápis, a borracha
e o caderno;
não haveria cuidado igual, nem paralelo.
Na cozinha a mãe com
touca no cabelo
corria forte em volta do
fogão,
sorria o doce riso do
coração materno,
“passa trabalho, mas nunca fica arrependida”.
Era tão feio seu
avental encardido;
água, sal e óleo, este era o tempero do feijão.
O pai se chamava João,
seu outro filho era o
Marcelo,
mas de outra família não se faz conta.
“Quem no mundo não
apronta?”
Lutador e digno, o
homem não vivia escondido.
trabalhando como peão naquela obra.
Simples, nunca arrastou
tal qual cobra,
seu único medo era a volta da inflação.
Pensava e doía o coração;
“No restante a gente
desdobra”.