domingo, 23 de novembro de 2014

Recordações

Recordações
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Ti amei, e tu tinhas dádiva formosa,
deusa do amor.
.
Eras, tão bela e adorada,
encanto em luz, divina, preciosa,
destino tão certo, utopia dourada,
em bosque de margaridas e rosas carmim.

Pretendida, louvada em ode líricos d’amor,
sonhos aos sons de sinos de um campanário, paixão,
marcados em suave compasso.
.
Imponente, fez tão bem pra mente.
.
Dormias em suave devaneio,
sonhos de anjos e querubins,
adornada em ouro e pano cetim
tão pura, alva e sem receio.
.
Foste a paz do peregrino
sem sorte na vida,
perdido, sem destino.
.
Hoje, opaco, ao ver
uma estrela no céu eu fico a lembrar
partiste de vez
e nunca mais vais voltar.
.
Viraste, no infinito,
fantasia ou recordação
daquela tão grande paixão.
.
No amar 
e agora recordar
ficou tão triste conflito. 


Advertência

Advertência
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Aos pasto dos chacais e da hienas
crianças, mulheres e homens mutilados.
Tiveram na morte a paz serena
de quem teve a vida ceifada
por se só gente.
Deus, no céu, tá vendo
tudo o que está acontecendo.
Sobe ao céus um clamor;
“Oh, tá faltando amor.”
Pena
tão matando gente pequena.
Quem tem alma sente
uma dor que dói permanente.
===
Gente podre e desalmada,
que sem dilema,
tal chacal e hiena,
deixa a terra ensanguentada
destilando ódio e porrada
verão que Deus assiste triste a cena,
mas de maneira serena,
pois tudo cobrará na chegada
e a conta não será pequena.

Lupy

Lupy
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Velho cão rottweiler de fibra, valente,
hoje está doente, cansado e idoso,
mas não perde a majestade, brioso.
Ostenta a alma guerreira e o brio
de quem nunca negou seu garbo viril.
Valoroso, não tiveste uma vida sútil,
mas sempre foste muito gentil.
Agora, amigo, tropica no andar,
e, antes, era tão altivo.
Acredito que pouco enxerga,
e lembro, eras tão ativo.
Hoje tu ficas ai, deitado,
não importa onde, qualquer é o teu lugar.
Talvez tu pense na vida que teve,
nas vezes que me acompanhava
em longas caminhadas.
Não tinha sol, chuva ou frio
amigo zeloso,  alegre e servil,
era sempre feliz o meu chegar.
Amigo, estarei sempre contigo
até o fim da nossa jornada.

As tijoladas da vida

As tijoladas da vida
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Foram tantos as tijoladas que teve
que desaprendeu a palavra amor,
manteve consigo só a dor,
agonia de quem vive e não vive.
Na vida que teve chorou as mágoas,
penou a dores,
sofreu em mil amores,
sem flores,
só enganos.
Fechou o coração,
calou para a vida,
tão cinza, encardida.
E o afeto?
Querer o bem
dar a mão, dizer parabéns
Esqueceu...
-
Sabe da dor quem está a sofrer,
a dor não tem como descrever. 
Foram tantas as tijoladas que teve.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Saudade e recordação

Saudade e recordação
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Recordar é viver novamente,
o passado está presente,
junto com a gente.
Recordações são momentos vividos;
bons momentos ou momentos sofridos.
Saudade é doce e terna recordação,
nostalgia de momentos queridos,
meigos e delicados
que tocaram no coração,
como a brisa fresca toca a face da gente
na manhã de um dia em sol dourado.
A gente sente
a brisa e sente pena,
tão serena que é a volta ao passado,
manhã de primavera,
doce volta, quimera
tão branda e delicada.
A lagrima rola no rosto da gente
viva, e não mente,
é nostalgia
em doce melancolia;
saudade.
A saudade é anseio pelo que vivemos
e não sofremos.
No sofrimento e dor é simples recordação.
Se sangrou o coração não é saudade,
É só dor, dor de verdade.
Não temos saudade do perfume de uma flor
que não sentimos o perfume.
Doce é olfato,
Se amargo é odor.
Se bom é amor,
se ruim, e causa dor
é só triste recordação
que sangra o coração.
Se não vivemos não há como recordar,
se utopia de promessa não cumprida,
é triste, mas não há recordação
embora doa no coração.
Se promessa não houve ou não foi compreendida,
ai é outra coisa na vida,
mas não tem como recordar.
Não se tem saudade de um devaneio;
pode ser sonho ou ilusão
e sonhar não basta,
tem que ter recheio.
Um sonho de felicidade não se sonha só
preso tal poema, em folha, guardado na pasta,
é lindo, mas ninguém lê.
Então não é saudade,
Não é saudade, de verdade.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Ronda

Ronda
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Tu segues; passo curto,
mãos nas costas,
madrugada a dentro,
(ruas compridas).
Caminhas tão firme, no centro,
arriscas a vida,
soldado marrento.
Caminhar tão lento,
mãos nas costas,
por instantes foges do mundo,
e navegas na própria mente,
pensas na família,  em Deus,
pensas num tudo,
ou não pensas em nada.
Moço descente,
as vezes, um verdugo.
Soldado tens sentimento,
e um andar tão lento.


domingo, 9 de novembro de 2014

No escuro

No escuro
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Desesperançado, percorres estradas e caminhos sem fim,
procuras a sorte perdida, agonia, peregrino sem par,
magoado com a vida, trágica e tão curta, desiludido,
sem utopia, caíste na sina, tonto, tal bêbado em botequim.
Náusea, sufoco, dor, vergonha e constrangimento.
Na calçada da má fama tu marcas o  nome, e o azar,
no curral da desonra és boi gordo a manear.
Não tem bufão tão vil como o homem perdido
em vícios, degradações e ilusões passageira.
Não pagas a diva. Oh ser, ei-lo aqui, em uma ladeira
que sobe e desce, andar não é brincadeira,
a vida é sorrateira, tal bela que beira a esquina a agitar,
mas não questão de participar.
Na memória retem todo o teu vil passado,
imaginas, tu, qual pequeno, infame e triste teu futuro.
Hoje, opaco, segue sozinho e calado
pensando na luz do túnel, sem fim, tá tão escuro.
Te apegas em minucias e detalhes que assombram,
a culpa é alheia, mas és tu que deves suportar!
Agiste de forma errada, a ninguém quis escutar,
costuraste tuas vestes e moldou o moldem impuro
O futuro é teu, Morfeu, não tens mais como mudar.



sábado, 8 de novembro de 2014

Jornada

Jornada 
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Perdido
Sem rumo, em estrada deserta,
áspera, penosa, caminho sem linha reta,
na direção de onde o céu encontra a terra,
lá no fim do mundo.
Inicio, talvez, de uma Nova Era.
Se não for, já era,
casa grande vira tapera,
pois a chaga que moi o coração
é árdua, e não dá trégua não
atormenta o cuera e faz dele simples grão. 
Desmazelar-se, na vida, não vale
cabeça erguida, irmão,
não é fácil não,
mesmo perdido a busca é incessante.
Da vida seja amante,
se a dor afligi e é forte,
não temas, pior a morte
de viver vazio perene
desacreditado e sem esperança,
tens, de Deus, promessa solene
anda, anda, tens confiança.

As letras

As letras
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Na real, o impossível não é real,
faz parte do ser buscar e ultrapassar os limites do possível.

O invariável é processado,
analisado,  
condensado,
e, assim, modificado.

O ser, variável, em constante evolução,
processa seu crescimento, tenaz, em toda a direção.

Formidável, é tudo um aprendizado.

E, de cabeça erguida,
com histórias e saber de vida
determina, o ser, os traços quem marcam
as lições da terra, mar e céu
num pequeno pedaço de papel.

Símbolos que formam a poética,
literatura, artes
ou um simples emaranhado de lei ou estatuto,
nada importa, só deve ter regra e ética,
pois não é fruto do acaso
é formalidade
a bem de uma verdade.

Assim, o ser, constrói sua trajetória
em busca de um galardão maior na vida,
sua mente está aberta, a cabeça erguida,
olhos firmes no horizonte, na mão o seu laurel.

Um passo de cada vez; da terra vai aos céus,
tentando, errando e acertando, na busca da sua história.




A imensidão do espaço sideral

A imensidão do espaço sideral Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento Por um minuto eu olhei as estrelas, o celeste...