Diminuto
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Nas manhãs de outono interior,
quando, absorto no eu resoluto,
eu cantava uma sonata indiferente,
mesclada no receio e na dor,
tingia n'alma minha um sentir diferente.
.
Palpitava no peito a agonia
de ter um coração tingido carmim,
maquiado c'as as coisas perdidas,
longe das carícias de uma poesia,
divagando em um deserto sem fim.
.
As flores que dão as cores da vida,
nestas manhã não se fazem perfumar,
é tudo uma mistura no cinza do luto,
da dor de uma inesperada partida
ou de alguém que não vai mais voltar.
.
Não cabe no peito a dor que se sente,
é um sentir diferente daquele que um dia senti,
um dia sem a borboleta esvoaçante,
ou o colorido de um alegre colibri,
um dia pesado, um dia diminuto.
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