sábado, 18 de fevereiro de 2023

O Tempo não é amigo de ninguém

O Tempo não é amigo de ninguém

Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento

Confiar no tempo é um andar perdido no espaço

Tendo como referência uma bússola somente,

Buscando no lado de cá o lado de lá, em outro aquém.

.

O Tempo não é amigo de ninguém,

Faça no hoje o marcar do dia de acordo com o passo,

Pois amanhã pode nem haver um novo nascente,

É uma triste analogia que dita bem.

.

Olharei nos teus olhos, delicada flor em utopia,

E, suavemente, falarei da minha poesia.

.

E tu és a diva nascida em melodias e nas dores,

Que faz de mim um vassalo em liras cantantes,

E hoje eu canto fados e aspiro aos teus amores.

.

Mulher do olhar em tão cândida e meiga magia,

Eu tenho na história um marco de lutas inglórias,

Sublinhado em tintas evidentes, mas não perdi a poesia

E nem risquei os malogros da minha memória.

.

Eu vou sempre cobiçar um amor em límpida ternura,

Fazer dos meus poemas um manifesto de paz,

Evitar o vil, o insensato e o salaz,

E buscar nos teus olhos a plenitude de uma poesia

Rimada na simetria de uma fina ternura. 

.

E um dia o Tempo passará, soberbo e indiferente,

ficarão somente estes pobres versos latentes,

E os versos mostrarão a dor da espera de um “de repente”,

Pois o Tempo sorri, caçoa, zomba e conspira,

Uma vez que o Tempo não é amigo de ninguém.


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Divagação

Divagação Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento A gente vive um dia de cada vez, aproveitando, ou não, o que aprend...