O Tempo não é amigo de ninguém
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o
Poeta Sem Talento
Confiar no tempo é um andar perdido no espaço
Tendo como referência uma bússola somente,
Buscando no lado de cá o lado de lá, em outro
aquém.
.
O Tempo não é amigo de ninguém,
Faça no hoje o marcar do dia de acordo com o
passo,
Pois amanhã pode nem haver um novo nascente,
É uma triste analogia que dita bem.
.
Olharei nos teus olhos, delicada flor em
utopia,
E, suavemente, falarei da minha poesia.
.
E tu és a diva nascida em melodias e nas
dores,
Que faz de mim um vassalo em liras cantantes,
E hoje eu canto fados e aspiro aos teus
amores.
.
Mulher do olhar em tão cândida e meiga magia,
Eu tenho na história um marco de lutas
inglórias,
Sublinhado em tintas evidentes, mas não perdi
a poesia
E nem risquei os malogros da minha memória.
.
Eu vou sempre cobiçar um amor em límpida
ternura,
Fazer dos meus poemas um manifesto de paz,
Evitar o vil, o insensato e o salaz,
E buscar nos teus olhos a plenitude de uma
poesia
Rimada na simetria de uma fina ternura.
.
E um dia o Tempo passará, soberbo e indiferente,
ficarão somente estes pobres versos latentes,
E os versos mostrarão a dor da espera de um
“de repente”,
Pois o Tempo sorri, caçoa, zomba e conspira,
Uma vez que o Tempo não é amigo de ninguém.
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