Embora as narrativas dos livros só contem as vitórias
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta sem Talento
As gotas de orvalho umedecem o campo e as pradarias,
são suave e serena carícia da natureza protetora,
o campo é o território conquistado pelo vaqueador,
o mouro percorrendo o campo se enche em alegria,
senhor do próprio destino, com sua alma sonhadora.
.
Não importa que nos meses a vir venha a geada,
a geada faz parte da vida de quem vive no pago
e se aquele termômetro, na praça, teima em açoitar
marcando no digital o triste frio que amola e rengueia,
não faz mal, deixa-se a moleza presa no divago
e com um gole daquela que derruba o guarda se desbloqueia,
e a garganta logo se refina para um novo cantar.
.
Não bobeia quem sabe que na vida se aventura,
mas só a ventura com o tato que o tempo ensinou,
e o tempo ensina o vivente a ter o braço forte,
a perseverança na lida para um dia poder colher,
a colheita de tudo aquilo que na terra se plantou.
.
As margaridas amarelas são testemunhas da história,
elas já viram tantas barbaridades de sul a norte,
viram as revoluções que trouxeram luto e glorias,
viram o menino com a lança na mão sorridente,
na boca o coitado não tinha um triste dente,
na cachola sonhava conquistar uma prenda e o mundo,
por um segundo a gente poderia até acreditar,
embora as narrativa dos livros só contem as vitórias,
muito pelego ficou sem dono caído na estrada...
e a geada não tardaria a chegar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário