Sou rude, mas não tenho o coração desumano
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Sim, retoco cada letra arriscada ou franzina
que emerge incerta no bloco amarelo dos sonhos,
para que, resistente, infrinja o incerto e o bisonho
trazendo aos seus olhos uma venturosa sina.
Lapidaria a mais preciosa pedra cristalina,
se competente lapidador fosse e, risonho,
ostentaria aos seus pés com meigo carinho;
ornamentando e acurando em simetria que afina.
Eu não terei o falso perjuro da burla e do engano;
Prometeus tinha os céus e a terra sob domínio,
Pandora tinha a vida, o encanto e o fascínio.
A moça abriu a caixa em gesto rude e diáfano
sumiram as dádivas, levadas em triste vaticínio.
Sou rude, mas não tenho o coração desumano.
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