Um Cuera Que Não Teme O Perigo
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Ximango, solto das patas e macanudo,
fui guerreiro e hoje sou poeta,
embora rude e sem língua dileta.
Nas lembranças que trago comigo
amargo os talagaços do mundo.
Não sou cuera que foge sem olhar do que,
porque na vida se enfrenta mil perigos,
meu medo é virar cusco encabulador,
que futrica e na hora do banzé
se esconde no poncho do coroné.
Não atiço o guaipeca em coisa pequena,
de frente enfrento o haragano maleva,
e os meus parco ele não me leva,
confio muito no trabuco empanturrado
e na adaga que trago nos quadris.
E um dia, quando o Destino me tirar a toalha,
sorrido encontrarei o Patrão que me olha.
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