Pobre Da Minha Sonata
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
E sem os teus olhos nada posso
e de nada sou capaz,
não sei nada mais do que amar-te
amar-te sempre, e mais e mais,
porque os dias turvos inquietam o ser,
apoquentado eu descalibro o perplexo,
e nas rimas os tons surgem emaranhados
tentando sem conseguirem serem,
advindo em doce ilusão;
mas o hiato, perverso, quebra o nexo.
Meu Deus! como é complexo
ter um grande amor sem o ter,
ter a utopia e a vibração
e ao mesmo tempo estar perdido
em desordenada dicção.
E os dias vão passando em vã,
suave acalento que teria na canção,
todavia vil sonata quieta e silente,
escrita preguiçosa em divã,
murcha e mirrada,
pobre da minha sonata.
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