Renitência
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
E se um dia em dores
deitares, tu e a solidão;
no relógio da cabeceira
as horas perdidas e caladas
atestarão um pouco de tudo
e negarão um tudo do nada.
O teu olhar, extenuado e combalido,
pousará no vazio da noite calada.
Paira n'ar estas notas regressas;
tangente agulha que finca sem dó
maltratando em dor a alma solapada.
Ecoam traços sinistros e indecentes,
notas doloridas e perversas
que cantam sonata adversa.
Ai tu terás a oportunidade mais sagrada da vida,
pois o mundo só nos faz aquilo que deixarmos o mundo fazer
e o mais importe é sobreviver;
levanta-te e pega outra estrada,
sorria e cante outra toada
a vida não só alegria
mas se há vida haverá também um novo dia.
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