O amargo da vida
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Amargo gosto de vida submissa,
sobra calçada, falta moradia,
sobra saudade, falta saúde,
a tosse afoga, maltrata e asfixia,
será que vivo mais um dia?
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Existe uma cantada primícia
que sou povo e tenho direito.
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Sou pobre, é este meu defeito?
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Falta trabalho é tudo desafio,
a conta chega e nunca atrasa,
abismo real ou precipício fatal?
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Mosquito medonho, é uma praga.
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Não vou andar atoa,
a bala corre e as vezes voa.
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Bala perdida,
vida sumida.
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Trancado em grades não saio pra rua,
a culpa é minha e nunca foi sua,
gente de paz cadeado em casa,
a verdade assusta, e é nua,
as vezes tão crua.
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