Para não perder o seu pão
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Depois da realidade fenecida,
Os gigantes tornaram-se maiores
E, piores,
Tomaram conta da nossa vida.
Para não perder o seu pão,
Pilatos escuta atentamente
O que os homens dizem na televisão,
A verdade escondida,
A verdade, na verdade, faz mal pra gente,
E Pilatos, para não perder o seu pão,
Aceita a mentira dita na televisão.
A mansidão é coisa do passado,
Cada um dos homens escolheu o seu lado,
E, para não perder o seu pão,
Pilatos até tentou ficar de lado.
Mas de lado ninguém consegue ficar,
Uma vez que é necessário divergir
Neste mundo polarizado
E, Pilatos, para não perder o seu pão,
Foi obrigado a definir o seu lado.
Em tempos de mundo polarizados,
Pilatos achou melhor escolher o vencedor,
Aquele apontado como vil e ditador,
Isto fez Pilatos, para não perder o seu pão.
Mas não é possível simples escolher um lado,
Para não perder o seu pão,
Era necessário só pouco divergir,
E, para não perder o seu pão,
Pilatos entrou no jogo,
Pensando que precisaria mentir.
Fez isto Pilatos, para não perder o seu pão.
A deriva um barco em oceano perdido,
Ao sabor das ondas e torrentes,
Singra os mares revoltos e desconhecidos,
Assim caminha a humanidade
Neste cotidiano polarizado.
Pilatos, para perder o seu pão,
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