Olha Moço
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Eia moço, te disse uma vez
e te digo de novo
te aconchega que a porteira está aberta
o rancho é pobre, mas acolhe todo o povo.
Aqui não tem ganso gritão,
tem paz e sossego, abraço de irmão,
canjica no fogo e a cuia esperta,
o brasa não espera,
ladeira de frio é churrasqueira de tapera.
Eia moço, a boina na parede
é cortesia da casa amiga
não te azucrina,
as crias que brincam no pátio estão ensinada,
aqui se respeita e ninguém leva nada.
Olha moço, o teu lenço é diferente
mas não tem nada não
esquecemos que era bandeira na revolução
agora é amigo de toda esta gente.
Olha moço o facão não tá enferrujado
foi arma de peão pé de poeira
perdeu o jeito e tá na capoeira
descansando na sombra;
ele foi guerreiro a vida inteira
hoje é homem de paz e não faz besteira.
Olha moço, respeite a nossa tradição;
como eu disse, somos amigão ou até somos irmão.