Receio
Autor:
Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o Poeta Sem Talento
Receio ser
um dia porta fechada ao que sofre a alma alheia,
caneta sem
tinta, papel borrado , chama que cansou de arder,
vago no andar, passo tão lento, afastado de
quem anseia
um gesto
atento, um olhar sereno ou um simples dizer.
-
Receio
ter a alma cansada da dor, do amor, do viver,
das coisas
tão simples, sem ambição, deitado na areia
assistindo
deslumbrado o sol no mar comedido a nascer,
sem a vontade
de abrir o meu dia, saciado pela ceia.
-
Receio
perder a vontade dos prazeres da vida
e virar
zumbi, sem voz, perdido ao sabor dos ventos
néscio,
opaco, sem lustre e nada de sentimento.
-
Na
certa seria só mais um morto andando na avenida
sem senso,
inconsciente, olhos fixos e indolente.
Receio criar
uma alma pesarosa, chorosa e perdida.
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