O Poeta e a Musa Ausente
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves, o
Poeta Sem Talento
Tu que vagas em meus pensamentos
quando, á noite, enclausurado,
em mim sobram as dores e os tormentos
retidos n’alma cabisbaixa, mas dissimulada.
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Se de fato nego que há um contraste
entre o ser e ter, e são mil divergências,
é fato que sou só poeta e nada tenho,
todavia, eu trago n’alma a índole prepotente
visto que no cônscio quedo vil e dolente,
ainda que em lágrimas frias e cansadas.
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Espero de ti um olhar doce e consolador,
que teima em estar distante e ausente.
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A ti entreguei a minha alma poeta,
fiz uma estrada em busca da lira d’amor,
em d’ouros e encantos a alma manifesta
um poema tecido em bela lauda amarela.
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Fragmentos da vida em riscas d’ardor,
e vagam ao infinito imenso e eterno,
indicando que mesmo em penúria e carência
o poeta traça, em amor, versos tão belos,
que trazem em si a presença da musa, ora em
ausência.
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